
Não Nasci do Teu Sangue, Mas Cresci com Teu Amor: Uma História de Adoção ao Contrário
Aniversários e Histórias Que Precisam Ser Contadas
Hoje é meu aniversário (parabéns pra mim 🎉) e queria publicar um artigo especial. Mas, como sempre, uma nuvem de ideias tomou conta e eu não sabia por onde começar. Consegui reduzir a duas opções — uma delas eu vou soltar no domingo. Mas hoje… hoje eu vou falar sobre o maior presente que ganhei na minha vida.

Não que seja a pessoa que eu mais ame no mundo, calma, esse posto ele divide com minha mãe, meus irmãos, meu marido e minha irmã do coração.
Mas ele foi, sem dúvida, o presente mais pedido — seja pro Papai do Céu ou pro Papai Noel (não me julgue, eu era criança rs). Tudo que eu queria era ter um pai.
Então bora explorar um pouquinho mais sobre o processo de adoção — sob o olhar de quem foi adotada com amor e, graças a isso, se tornou uma verdadeira filhinha do papai.

Quando Um Pai Nos Escolhe Com o Coração
Muitas pessoas se desesperariam com a ideia de ser pai aos 24 anos, mas o meu pai escolheu ser — e com essa idade mesmo. E é sobre essa escolha que quero compartilhar um pouco aqui.
Eu nunca tinha conhecido nenhum namorado da minha mãe. Ela sempre foi muito cuidadosa em me preservar. Mas esse era diferente, era sério. Ela conversou comigo sobre ele. Eu tinha 6 anos, mas lembro como se fosse hoje dela me dizendo:
“Filha, a mamãe vai te apresentar uma pessoa. Ele é meu namorado, mas você é minha prioridade sempre. Se não gostar dele, é só me avisar. A mamãe termina tudo!”
Com essa premissa, fui conhecê-lo me sentindo a criança mais poderosa do mundo (risos).
A primeira coisa que lembro é que ele era branco demais e meio rosa — hoje eu entendo que era de vergonha, meu pai é tímido. Mas era bonito, e quando ele me disse “Oi”, eu respondi:
“Oi. Eu posso te chamar de Pai?”
Acho que nem preciso dizer que a resposta foi sim, né?
No meu caso, foi mais fácil. Eu já tinha uma mãe muito amorosa. Mas a realidade no Brasil está longe de ser tão simples assim.
Atualmente, mais de 32 mil crianças e adolescentes vivem em serviços de acolhimento no país — muitas delas com o coração cheio de esperança por um “Oi” que mude tudo.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, menos de 4 mil estão aptas para adoção, e o número de pretendentes cadastrados ultrapassa os 30 mil. O problema está no desencontro entre os perfis desejados por quem adota e as crianças disponíveis. A maioria busca bebês ou crianças pequenas — enquanto a maior parte dos acolhidos são mais velhos, muitas vezes adolescentes ou irmãos que não querem ser separados.
Por isso, histórias como a minha ainda são exceção. Mas também são lembrete de que o amor não precisa de genética, só de presença, escolha e coragem para ficar.

Adoção Afetiva Existe — E Transforma Vidas
Nem todo vínculo precisa vir do sangue pra ser verdadeiro. Adoção afetiva é isso: quando o amor chega antes do papel, quando a presença fala mais alto que qualquer certidão.
Muita gente nem sabe, mas adoção afetiva é reconhecida informalmente como uma relação construída pelo afeto, cuidado e convivência — mesmo sem um processo legal. É quando alguém escolhe amar e assumir um papel de pai, mãe, filha ou filho no dia a dia, na prática, na vida real.
No meu caso, esse laço nasceu de forma tão natural que às vezes até esqueço que não compartilhamos o mesmo sobrenome. Porque o que a gente compartilha é muito mais importante: histórias, abraços, aprendizados e um amor que foi escolhido, construído, nutrido.
E não sou só eu. Em todo o Brasil, famílias são formadas assim — por escolha, por carinho, por coragem. Lares onde padrastos viram pais, madrastas viram mães, e o “do coração” ganha um peso que só quem sente entende.
Enquanto a adoção legal ainda enfrenta processos burocráticos e filas demoradas, a adoção afetiva mostra que o afeto pode florescer em qualquer terreno fértil. Ela não substitui o direito legal de uma criança ter uma família reconhecida oficialmente, mas mostra que o amor pode — e deve — se manifestar todos os dias, na forma de cuidado, presença e vínculo.
Transformar vidas não exige uma certidão. Às vezes, começa com um simples “Oi. Posso te chamar de pai?”

Nem Sempre o Amor Chega Como a Gente Imagina — Mas Ele Chega
E foi assim que ganhei não só um pai, mas tios maravilhosos (inclusive, minha história com um deles daria outro artigo!) e avós que me amaram demais — como se eu sempre tivesse feito parte daquela família.
O mais curioso é que muita gente, sem saber da minha história, costuma dizer que eu sou mais parecida com meu pai do que com a minha mãe. E, olha… talvez até seja mesmo. Se for pela personalidade, então, nem se fala! Compartilhamos o amor por Rock, pelo silêncio confortável e, claro, pela leitura.
P.S. Se você gosta de ler meus artigos, deveria agradecer a ele — foi meu maior incentivador desde cedo, sempre me motivando a ler, escrever e buscar palavras que tocassem.
E isso não acontece só comigo. Estudos mostram que crianças adotadas, especialmente quando inseridas ainda na infância, absorvem traços emocionais, comportamentais e até gostos culturais de seus pais adotivos.
De acordo com pesquisas de psicologia do desenvolvimento, o ambiente familiar é tão ou mais determinante que a genética na formação de hábitos, valores e comportamentos. O amor, o exemplo e o convívio diário moldam o jeito de ser — e de se ver no mundo.
Por isso, quando dizem que não pareço adotada, eu sorrio. Porque o amor é mesmo mestre em construir pontes invisíveis entre almas que estavam destinadas a se encontrar.

Carta Para Quem Ainda Espera Ser Escolhido(a)
Se você está lendo isso e sente que ainda não foi escolhido por ninguém, quero que saiba: às vezes o amor chega com outro nome, outra forma, outro tempo. Mas ele chega. E você merece esse amor.
Não se sinta sozinho. Troque amor com quem está na espera com você. Enquanto não existem “pais”, o acolhimento pode vir de irmãos do coração — laços sinceros que não precisam de sobrenome para existir.
Seus pais já estão por aí no mundo. Só não te encontraram ainda. E quem sabe… você não está destinado a ser minha família?
Sim, é isso mesmo que você leu. Muito em breve, estarei com meu cadastro ativo na fila da adoção — e já estou ansiosa para retribuir o amor e o acolhimento que um dia recebi. Porque o amor que me formou, agora quer se multiplicar.
Tenha fé. Tenha esperança. Seu dia vai chegar. 💛

🌱 Como Começar o Processo de Adoção no Brasil
E se você também acredita que seu filho(a) já está por aí te esperando, e está com o coração quentinho depois dessa história…
Siga esses passos e deixe o amor te guiar:
- Procure a Vara da Infância e Juventude da sua cidade para manifestar seu interesse.
- Participe do curso preparatório obrigatório para pretendentes à adoção — ele é essencial para entender o processo e as realidades da infância acolhida.
- Apresente os documentos solicitados (identidade, comprovante de residência, certidões, atestados etc.).
- Passe pela avaliação psicossocial e jurídica — tudo feito com cuidado e respeito.
- Aguarde o cadastro e aprovação no Sistema Nacional de Adoção (SNA).
- Mantenha-se informado(a) e aberto(a) às diversas formas de amar, acolher e construir uma família.
Para saber mais, visite o site do Conselho Nacional de Justiça clicando AQUI.
💬 Vamos continuar essa conversa?
Se essa história tocou seu coração, me conta nos comentários.
Aqui é um espaço aberto para trocas sinceras — vou adorar saber se algo ressoou com a sua vivência, se você já passou por algo parecido ou se acredita, assim como eu, que o amor transforma tudo.
Tem uma história emocionante, curiosa ou inspiradora que merece virar artigo?
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Adoraria dar voz ao que você viveu — toda história bonita merece ser contada.
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MARINALDA APARECIDA GONCALVES E SOUZA
Linda história, realmente você é umaenina de sorte, sua mãe escolheu muito bem seu pai
Seja sempre grata a Deus e a eles
Aline
Muito obrigada Amiga!
Alex Nery
Você é incrível! Parabéns ❤️
Aline
Muito Obrigada Seu Lindo!
Cléia Pereira
Você é MARAVILHOSA!!! SUCESSO
Aline
Muito Obrigada Amiga! Saudades!